Desculpa, Alice

O mundo não parece saber o que é o Amor. Pergunta-se, questiona-se, e nunca parece chegar a um consenso. Que coisa é essa? Que nos trespassa, nos faz viver e ao mesmo tempo nos mata?

Eu não percebo isso: eu cá sei muito bem o que é o Amor: ele está aqui, está à minha volta, a respirar o mesmo ar que eu. E, tal como eu, morre num nevoeiro que se abate sobre todas as coisas. 

Talvez eu não consiga comprimir o amor numa só palavra, numa só definição, mas isso é porque ele é grande e arde, e condensá-lo seria extingui-lo.

Há amor em cada um de nós. Começa por atingir-nos mal nascemos, em forma de pais, irmãos…família. Crescemos um pouco e ele cresce connosco: damos as mãos, beijinhos, mandamos bilhetes, coramos, e isto é Amor. 

Depois, fica maior que si próprio, entrámos na idade das descobertas. Tudo se sente com mais intensidade. O nosso "coração" parte-se aqui e ali, e achamos que vai ficar assim para sempre, irremediável. Mas depois isso passa, e voltamos a apaixonarmo-nos. A cabeça a ferver, o sangue a pulsar, e isto é Amor. Descobrimos o que é querer alguém pelo seu todo, tudo de si, e igualmente dar tudo de nós, e pedir por mais. Mas o amor não se fica por aqui…continua. Às vezes em forma de casamento, outras de filhos, outras durante uma vida inteira… Revogo a minha esperança nos beijos cansados entre os meus avós.

Não há nada que doa mais que um coração partido. E não há nada que saiba melhor que encontrar alguém que o ponho no sítio.

Eu quero ter um grande amor na vida. Eu quero saber que há mais daquilo que já comecei a sentir, que não se fica por ali como uma flor arrancada antes do tempo. Eu quero que alguém preencha o vazio que Ele deixou… Isso é Amor.

Composição de Língua Portuguesa, Janeiro de 2013 - "o que é o amor?"