expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass' onselectstart='return false'>

13 de janeiro de 2017

Recuperação

O corpo está exausto mas a cabeça não descansa. Viver cansada, cansa. Mas então, já não tropeço nos declives das minhas reentrâncias. Entre coexistências perpendiculares, somos paralelos. Entre receitas basilares de felicidade – é assim que soa? 
O recomeço espiritual – sem títulos nem rótulos, tão-somente esperança. Compensar a divida da falta de confiança. Retribuir em dobro o saldo que fui acumulando na poupança. Curar os erros que trago de herança. É tempo de bonança… meu amor… é desta que os prós pesam mais na balança. 
Não fugir mais. Ensina-me a que sabe ficar. Talvez o que agora se passa se torne num contrapeso quando passar a passado. A contrariar tudo o que dói, tu. Por cada marca vincada, uma noite contigo. Por cada cigarro, uma nuvem de desabafo. Por cada copo de vinho, uma história insossa. Um dia conto a nossa. Por cada medo de me expor, um entregar-me a ti. Por cada hora passada a reflectir com a lua, outra encostada à tua companhia.  Atenua as minhas cicatrizes. Queria ser real outra vez. Ser menos Alice, mais Inês. Menos dormente, mais porquês. Não aceitar o peso na consciência como se pagasse renda. E não sei se é estigma, karma ou universo, quem sabe o mundo virado do avesso. Mas um dia destes ligo para as emergências a comunicar um desaparecimento: Socorro, perdi a Alice. E nunca mais a encontrar…

1 comentário: