Temos tanto medo de mudar… eu gosto de mudar. Mal de mim se
ficasse sempre na mesma. Não nos cansaríamos todos de nós, dos outros?
Eu mudo
quando conheço uma pessoa nova. Mudo ao beber café num dia frio. Mudo quando
apanho o comboio errado. Mudo quando ando à chuva. Mudo quando estou contigo.
Mudou quando me deixas. Todas as pequenas coisas do dia-a-dia nos mudam, nos
moldam. Mesmo que só demos por isso muito, muito, muito tempo depois. Aquilo
que somos, tal como o mundo, formou-se por acontecimentos graduais e lentos;
rápidos e catastróficos. A tragédia de ficar doente à seria muda-nos. A
tragédia de perdermos alguém muda-nos. Mas também os pequenos momentos passados
em família. Aquilo que vamos aprendendo ao longo dos anos. As regras de
educação. Mudam-nos. Fazem-nos.
“Não mudes” é a coisa mais feia de se dizer. A mais
impossível de realizar. Quem é que não muda? E o que significa isso, na real? E
é o inesperado e violento que nos faz saber diferentes...
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