expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass' onselectstart='return false'>

17 de março de 2013

Manifestar e Ser Manifestado

Numa altura em que todos os telejornais abrem com notícias de uma qualquer manifestação nalgum ponto do globo, deparo-me com a questão: onde começa o meu direito de ir para a rua gritar o meu descontentamento aos ouvidos do governo?

Que estamos enrolados numa crise sem fim à vista, certíssimo. Que somos constantemente postos à prova sob medidas de austeridade que nos esmagam de dia para dia, ninguém nega. E que temos todo o direito – e dever, por sinal – de nos fazer ouvir, com certeza. Mas se há coisa que me tira do sério é quando as pessoas falam sem conhecimento de causa. Irritam-me os falsos contestadores, que não gostam do político X só porque o dentista do primo da vizinha do amigo não gosta. Os pseudo anti governo.
Quando estou na escola e oiço um miúdo de quinze anos dar a sua ‘’opinião política’’ (com enfâse nas aspas), ponho logo as antenas no ar à espera de ouvir o chorrilho de barbaridades que se adivinha, e nunca se demora.
- O Passos Coelho é um chulo!
- E o Cavaco Silva um corrupto!

E por aí adiante… Coisas saídas da boca de quem nem sequer sabe em que dia foi o 25 de Abril. Digam-me como é que pessoas com este tipo de consciência política vão votar – encarando o boletim de voto como um jogo de cruzes que acaba com a pontaria à urna.
E depois há ainda aqueles que vão para as manifestações só porque não têm nada que fazer - visto que o amigo desmarcou o café e o jogo do Benfica foi adiado – e vão lá marcar presença atrás da camara da Sic com um cartaz onde se lê ‘’Mãe, estou aqui!!’’
Lutar por um Portugal melhor, sim! Mas só quando sabemos para onde estamos a apontar a arma, caso contrário, corram para o sofá de onde vieram – não vão arriscar perder a eliminatória da Casa dos Segredos!

2 comentários:

  1. Olá Inês,
    Desculpa, mas não tenho tido oportunidade de passar por aqui... Fico muito satisfeito por teres "saído" à rua e por escreveres sobre as pessoas que nos rodeam:-))
    um beijinho,
    Tó-Zé

    ResponderEliminar
  2. não encontraria em mil pensamentos uma caricatura da nossa sociedade igual ou melhor que a tua.
    está excelente!

    ResponderEliminar