Não é impossível fazeres o que queres fazer. A não ser que
não o queiras com a força suficiente. Se queres com todo o teu espírito,
viajar, conhecer pessoas novas, ver o mundo, mergulhar num qualquer mar, saber
em primeira mão porque é que as vacas são sagradas na índia, ou quão grande é a
muralha da China, ou quais são as necessidades básicas que não há no Mali, se
queres ir…Vai.
Faz uma mala e vai. A tua família ainda vai estar aqui
quando voltares. Se queres que a tua vida seja sobre rodas, faz-te à estrada.
Não precisas de muito dinheiro… Sabes, o dinheiro acaba. Mas sabes o que é que
não se esgota? Memórias.
Quando tiveres 80 anos, e velhice em cima, o que é que vais
ter? Algum dinheiro guardado, mobília, loiça bonita? Um monte de doenças com
direito a rotinas de comprimidos? Não preferes ter histórias de loucura para
contar aos teus netos? Aos
netos dos outros? Ao mundo todo?
Tu não precisas de ar condicionado nem de sapatos caros. Não
precisas de 3 computadores nem de beber café do Starbucks. Não precisas de usar
os produtos que toda a gente usa. Não precisas de ser um consumidor das marcas
que os outros gostam. Não precisas de crescer e tornar-te aborrecido como toda
a gente. Não precisas de te contentar com menos do que aquilo que mereces, não
precisas de assentar, não precisas de morrer no país onde nasceste. Não
precisas de um governo ou de uma sociedade a dizer-te o que fazer.
Tu precisas de ser o que queres ser, ir a lugares novos,
seres toda a gente antes de seres tu. Mudar todos os dias, mudar a tua vida
todos os dias, ser tudo, antes de seres quem és. Precisas de ir a sítios novos,
conhecer pessoas novas que te vão tornar mais curioso, mais humilde, mais
livre, mais feliz. Precisas de dizer ‘’que se lixe’’ e ir.
É perigoso, talvez. Porque não estarás na tua zona de
conforto. Não há um manual pré feito a dizer-te como proceder em cada passo. É
fora da caixa onde vives. Sim, pode ser arriscado, mas sabes que mais? Também a
é a vida que agora levas. Vais ficar velho de qualquer maneira. Vais ficar
doente de qualquer maneira. Vais ficar com rugas de qualquer maneira, mas na
certeza de que cada uma delas representa um momento. Coisas más vão acontecer
de qualquer maneira, aqui ou no outro lado do mundo, com a tua família ou com
desconhecidos. Corre o risco, pisa a linha.
Pára de dar desculpas. A vida é curta e vais chegar ao fim e
aperceber-te que essas desculpas já não te acalmam mais, e vais ver como não
acreditas nelas e como passaste a tua vida toda a contá-las e em como não
fizeste nada por ti. Que viveste a vida que era ‘’suposto’’ viveres. E a culpa
não é de ninguém senão tua. E uma coisa chamada arrependimento virá, e vai
matar-te, eventualmente.
“Estou só à espera de uma certa idade, ou de ter filhos, ou
de subir na carreira, ou de acabar a universidade, ou de casar… E depois, vou!” Não vais. A
vida vai-se meter pelo caminho. Nao há depois, não há melhor altura que agora.
Por favor… Se queres ir, vai.
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