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28 de maio de 2015

O Delírio da Alice 0.1

Eu queria dizer-te
que não sou mais um passo em falso, 
que não sou outro percalço 
no caminho que percorres descalço.  

Eu queria dizer-te 
que há uma saída daqueles becos só de ida, 
para onde entras com a tua mente atraída.  

Eu queria dizer-te 
que a tua tristeza não é doença, 
só um pouco de demência na aparência.  

Eu queria dizer-te 
que não faz mal tornares-te puzzle à luz da lua, 
que não faz mal seres desmontado nas metades 
em que te partes - que te ajudo 
a decifrares-te pela manhã.  

Eu queria dizer-te 
que nem a alvorada nem o orvalho 
são mais bonitos que as lágrimas que guardas, 
fechadas em caixas, 
trancadas nas pestanas.  

E se somos pedaços, quero ser o teu último - a partir de agora, somos inteiros.  

Eu queria dizer-te 
que essa melancolia te cai bem, 
mas deixa-te no chão.  

E sabes os segredos que não desvendas? 
E sabes as dores que não revelas? 
Eu sei que são mais de cem, e te deixam sem conta. 

É verdade, eu sei, 
a vida maltrata quem não convém, 
mas ela não merece que desistas dela.  

E sabes a tua bagunça? 
Eu gosto de limpezas. 
E sabes a tua loucura? 
Eu gosto de esquemas.  
de pensamentos erráticos, 
de versos sintomáticos.  

A tua tristeza é acolhedora, 
mas não mores mais nela.  

Eu posso ser o teu porto de amigo,
o teu ombro de abrigo.

Aceita a minha saída. 
O bilhete é só de vinda...



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