amo-te ou amei-te?
como me referir a um
corpo que partiu
mantê-lo por aqui ou
fingir que nunca se viu?
o máximo que me aproximo
é em flashbacks desfocados
tão longe da verdade
será que me esqueço de
ti com a idade?
das tuas mãos sempre
suadas com as preocupações que tinhas
a tua cara sempre
enrugada pelas dores das outras vidas
ensinaste-me a amar,
não há como voltar
e onde ponho os
abraços que tinha para te dar
e que o vento me
segure as lágrimas
e que eu consiga
manter escondidas as garras
que me nasceram para o
mundo
eles não têm culpa
não, mas eles não
sabem do meu luto
e que o tempo me leve
as lembranças desfocadas
se já não te posso
tocar prefiro nem ver nada
tenho-te nos reflexos
das minhas expressões faciais
será por isso que encontro
no espelho um inimigo?
ou um abrigo
és tão bonita
lembras-te há uns anos
tinhas tanta vida
agora tu estás morta
e eu não sei o que é a
vida.
sempre foste a
preferida...
volta à minha vida...
sinto-a de partida.
alguém toca à campainha…
rés do chão esquerdo, 23
de maio,
domingo, na amadora
agora esta casa sabe
onde o Céu mora
toma um beijinho, Inês
ResponderEliminartz