Tudo é relativo – os dias, as
pessoas, os momentos. Só os sítios se mantêm, e nem esses por muito tempo. Vivo
sabendo que o agora é isso mesmo – Agora. Não o depois, o depois vai ser
diferente, vai ser o Agora dessa altura, tal como o passado não vai ser mais
Agora porque já teve o seu momento, já ocupou o seu espaço no tempo.
Nada se repete. Pelo menos, não da mesma maneira. Como nós.
Sim, lá volto eu a nós como não posso voltar a ti. É um exemplo de como o tempo
é tão grande e nunca em círculo, nunca se repete. Vemo-nos por aí, muito por
aí, talvez demasiado para que a minha sanidade se mantenha no sítio. Olho-te,
tantas vezes de soslaio carregado de pressa e memórias. Também me vês. Mas não
nos vemos… aquele sítio para onde ia quando te olhava no fundo dos olhos, e tu
nos meus, não vai voltar a acontecer. Não é mau, não é triste, é apenas a vida.
Entramos e saímos dos sítios, incluindo aqueles que são
sentimentos. Hoje sei que gosto de ti, mesmo passado este tempo todo. E gostar
de ti também me traz um lugar, onde entro tantas vezes. Talvez essa seja uma
porta onde ainda vou passar outras tantas. Talvez um dia me tranque lá dentro e não
volte a sair. E aí sim, ahhh, o tempo seria Agora...o sítio eras Tu...e eu… era
feliz.
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