Se tudo o que somos, fosse guardado dentro de um carro e
posto ao caminho,
A esta hora éramos o veículo espetado contra o separador
central da EN 21
Que hoje de manhã ouvimos na rádio:
A previsão do nosso acidente...
Vislumbrei:
Uma mistura de excesso de mercadoria, condução perigosa
Chumbados no teste do balão.
Eles não sabem é que o nosso vício é bem mais letal
Que incidentes de álcool...
Não se vende em supermercados
Nem a menores de coração por estrear.
Memórias do banco de trás
Vislumbres do que ficou lá atrás
Essências ilícitas a embaciar o vidro:
Inspirares, suspirares
Pedaços de mim, bocados de ti
Estendidos no meio da estrada
Sem sinais de retorno.
Ainda assim e tão sem vida, a parar o trânsito;
é esse o nosso poder:
sermos muito mais do que algum dia iremos saber.
Tão mais destruídos antes do acidente
tão mais rasgados cá dentro,
do que a nossa pele aparenta no
exterior
Encontrei a resposta que fugiu de dentro da tua mão
Entrámos neste compromisso em contramão.
Metaforicamente, encaixas comigo.
ResponderEliminarAqui andamos as duas
Fazendo o mesmo, só que não.
Tu desse lado da compreensão,
Vejo-te, leio-te, sinto-te.
A mim nunca me viste,
Não saio da minha toca,
Não para quem sei
Que consegue ver minha alma nua.
Leio-te à vez,
Um, duas, três
Cito-te,
Derivo de ti até (por vezes).
Mas aqui vai uma verdade
Que não sei se sabes:
Ser poeta e ser Humano
São duas linhas coincidentes.
- A
:) obrigada por isso! Estou cheia de curiosidade de saber que letras vêm a seguir a esse A...
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