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27 de abril de 2015

Às pessoas que vejo no metro:

Não meço se lhes peço um olá
ou se me deixo ficar para sempre
a dever um olhar que não se há de conhecer. 
Ímanes em pólos opostos. 

Quando dou por mim ´
já estou a mil 
noutro carril,
a caminho do destino 
ao qual desconheço o fim. 

Uma vida levada sem saber 
e ao sabor do vento,
com um trago a incerteza 
que não deixa que a monotonia 
seja a guia que me pega pela mão 
e me comanda pela via.

Há mais.
Quero mais (que meios olhares).
Quero melhor (que estranhos em redores).

Vejo,
não o que se encontra à minha frente 
mas o que se descobre perdido lá atrás, 
na viela da rua estreita, 
no beco da esquina que espreita. 
São vislumbres de algo que não vi. 

Este bicho da vontade de sair daqui 
deixou-me mordida e dorida, 
é essa picada que me mantém iludida, 
uma sensação desmedida 
e um pensamento em ebulição. 

Longe de sana, 
quanto mais perto de casa, 
mais longe de mim.
(não é isto que mereço
mas foi isto que escolhi. )

E tu,
sempre dependente de uma aprovação exterior, 
de um sinal superior, 
que te deixa impaciente 
e a mim, doente. 

E se o sonho comanda a vida, 
a minha anda desmedida 
pois sono nem vê-lo, 
e insónia escreve-se sozinha na minha biografia. 

Dorme sobre o assunto que te mantém acordada. 

Não é isso que sugerem? 
Bem vindo à realidade...
...o feeling de não fazer parte 
desta sociedade de olheiras, 
que liga mais a peneiras 
que a ideias verdadeiras.

Peões num jogo que não escolhemos, 
enredos duma história que não lemos, 
personagens principais 
de histórias secundárias banais, 
desejos carnais 
que nos pedem por mais. 
Barriga cheia, cabeça insaciável. 

Ser nada, 
ser vazio, 
ser instável 
- é o que te trará o equilíbrio?
Ser mútuo, 
ser tudo, 
ou ser mudo 
na sinfonia 
que te toca aos ouvidos 
como a banda sonora da tua vida?

Esta é a minha epifania. 

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