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31 de março de 2017

Casas no Ar

Eu deixo-te ficar se me deixares ser - ser livre ao pé de alguém.
O normal é demente e o louco é sano
A sociedade não é de consumo, é de abuso
Aquele que não precisa de mais, um intruso.
As vozes gritam sem tempo de antena
dançamos com sons ocos entre odes a uma lua atenta
uma playlist de amor, escárnio e maldizer
que grita:
tira de mim o que precisas.
Não me alimento de substâncias,
Subsisto de violências, vivo de essências
Sempre precisei de ser consumida – até extinguir.

E se a vida é isto amor eu não quero mais, mas quero sempre mais de nada.
E se a vida é isto amor não me dês mais nada.
E se a vida é isto amor sê-me tudo e deixa-me ser nada.
Sou um nada que é tudo, o todo pela parte
A minha parte nunca foi mais que nada 
e o meu todo já partiu em tudo o que parte.
São metades em que me parto
Se na minha cara-metade estiver a metade que procuro,
Isso chega-me para ser arte.

As pessoas fogem de tudo e eu não sou exceção:
a minha sombra não me segue todo o dia,
o espelho desvia o olhar de antemão.

Fé de asas coladas, madrugadores de alvoradas
heróis de costas voltadas, amantes de cicatrizes vincadas
Não somos mais que almas desencontradas 
que se encontram nas palavras
Aliás, não somos mais que
Só somos.

Nem isso.
nem ser somos
- somos seres que nem sabemos ser.
Eu não sou, eu estou.
E na procura pelo que sou, vou estando,
tanto como na descoberta do estar, vou sendo.

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