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6 de setembro de 2013

Uma crítica insonsa

Sentado de escritório
Uma folga semanal
Entro Às 9, e quando saio às 6
é o clímax total.
De vez em quando troco os turnos
e baralho logo as voltas todas;
às vezes vou ao cinema
E não há mais excessos pra mim.

Tudo o que faço envolve dinheiro
que ganho, que gasto
que gasto, que gasto…

Esta é minha caixa
E não há muito mais mundo além destas 4 paredes
a que me reduzo.

Estudei como devia,
arranjei o trabalho que devia,
casei com quem devia,
tive os filhos que nem queria.

Perdoem-me por pensar assim,
quem sou eu pra tocar na ferida?
Volta e meia cresço,
e aprendo que isto é só a vida.

Mas, já que falamos nisto,
estarei assim tão errada?
Sou a única que não quer viver quadrada?

A casa grande não me seduz,
a roupa de marca não me diz nada,
afinal quem fez as regras?

Desculpem-me, mas esta vida não me pertence,
a minha vida vai ali,
no comboio, de mala às costas.
Para onde vai? Não faço ideia,
vai mais além.

Se me ouviram, ou não,
não sei, suspeito que foi em vão.
Peço desculpa pelo incómodo

voltem lá à vossa ilusão.

2 comentários:

  1. isto sim, é um pedacinho de êxtase literário. estás de parabéns, este aqui só não entende quem não quer!

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  2. Obrigada Daniel. Ah, e parabéns a ti, universitário! :)

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