Cruzámo-nos umas vezes, nos olhos outras tantas. Mas nunca
passámos de vistas.
A verdade é que tu nem sequer me conheceste, nem eu a ti. Então
porque é que deitei uma lágrima quando
soube que morreste?
É estranho, isto fez-me pensar como tudo é tão efémero. Somos
limitados a uns anos neste planeta, e por vezes tentamos perceber qual é a
razão disto tudo. Tantas perguntas. Há um objectivo superior? De onde viemos? Há um equilíbrio no mundo? E a essencial: PARA QUÊ?
Ninguém nos dá explicações... por mais que perguntemos e
formulemos uma solução, ninguém nos vai dar a resolução. Ninguém nos vai dizer ‘’bingo’’,
chegaste à resposta certa. Não, a incógnita é a única certeza.
Sejamos realistas, e pondo em perspectiva, a verdade é que
nada tem uma importância verdadeira, efectiva.
Não importa se ganhaste um nobel ou se és desempregado, não
importa se estudaste toda a vida ou se foste drogado… não importa. Façamos o
que fizermos, a certeza que podemos ter é essa: a morte sempre chega.
É tudo por nós. Afinal, toda a vida – por maior ou mais
pequena que seja – vamos estar neste corpo, nesta cabeça, nesta mente, nestes
pensamentos. Toda a vida vamos estar em nós. Então porque é que nos esquecemos
disso? Pode ser cliché mas é verdade… Cedemos à pressão, vivemos à pressa. Pressa
de chegar ao trabalho, pressa de ter dinheiro, pressa de ser um consumista
rotinado, pressa de nos afastarmos do que importa. E no entanto, sempre à
espera. À espera de ter uma certa idade, à espera que seja sexta feira, à
espera que seja boa altura.
Somos frágeis viventes, equilibrados na ilusão da
imortalidade. É um desafio perceber tudo isto. E aceitá-lo...bem, isso é a parte difícil.
Nós somos
passageiros. E ninguém está a conduzir. A vida é momentânea. Tudo é breve, fugaz, como uma estrela. Podes
sonhar, não faz mal. Podes tudo, ou não? A quem vais dar justificações? Deus?
Mas se nada disto tivesse realmente algum significado, não
nascíamos com sentimentos. E certamente eles não se faziam sentir quando alguém
desnasce.
Tenho uma conclusão a apontar ainda: A vida não significa
nada. Absolutamente n-a-d-a.
Isto não é pessimista. Aliás, é o mais realista que consigo
ser.
Nada tem significado algum – só mistério. Daqui, que levamos? Nada. Que trouxemos? Nada. Só a ideia - tanto ou tão pouco errada - de que viemos de um sítio, e iremos para outro.
A vida é toda para nós,
AHHHHHHHH! Irritam-me estas presunções. Estas perguntas. Quero parar de ser mais um humano estúpido à procura de respostas. Somos dependentes. Para que escrevo senão para alguém ler?
PARA QUÊ?
Isto tudo faz-me comichão na alma... Tantos sentimentos dispersos ao escrever estas linhas. Pingue pongue de pensamentos dentro da minha cabeça. Tic tac sempre a soar nos ouvidos.
Conceitos, palavras, ligações pré feitas cá dentro. As 4 paredes que me limitam a alma tornam-se apertadas em noites como esta. Alma... essa é outra... Mas fica para outro dia. Já não sei quem está a falar: se é a febre ou a melancolia.
A vida é toda para nós,
a vida é boa,
e a vida dói…quando se vai – principalmente quando não é a nossa.AHHHHHHHH! Irritam-me estas presunções. Estas perguntas. Quero parar de ser mais um humano estúpido à procura de respostas. Somos dependentes. Para que escrevo senão para alguém ler?
PARA QUÊ?
Isto tudo faz-me comichão na alma... Tantos sentimentos dispersos ao escrever estas linhas. Pingue pongue de pensamentos dentro da minha cabeça. Tic tac sempre a soar nos ouvidos.
Conceitos, palavras, ligações pré feitas cá dentro. As 4 paredes que me limitam a alma tornam-se apertadas em noites como esta. Alma... essa é outra... Mas fica para outro dia. Já não sei quem está a falar: se é a febre ou a melancolia.
É bom saber que existem pessoas em sintonia com a nossa alma. também me tenho andado a questionar sobre a efemeridade da vida ultimamente e é algo paralisante. Torna-se um ciclo vicioso pois só encontraremos respostas na morte e é a incerteza da morte que nos põem neste estado. Por vezes desejava que me tirassem esta profundidade que me faz questionar. Seria tão mais fácil apenas fazer o que é suposto fazer e comprar a ideia que a sociedade me tenta vender. Estudar, trabalhar, casar, reproduzir, viver tão depressa que não tenho tempo para pensar no fim. Era mais fácil, mas não era eu, e se fosse assim, o que haveria para escrever? - A
ResponderEliminarSeria fácil, mas tão, tão desinteressante. ''Fazer o que é suposto'' é uma ideia interessante. Quem supôs? Quem nos impôs este modelo pré feito?
ResponderEliminarQuem escreve é sempre mais inquieto, sempre à procura de ir mais fundo, e sempre com medo... Medo de cair na rotina, medo de não conseguir ultrapassar-se a si mesmo, medo de não ser genuíno, medo que se lhe esgotem as ideias...medo de ser infeliz. E não é o medo que nos faz andar para a frente? :)
Obrigada, A!
O medo é um grande iniciador do método mas impede-me de racionalizar o que quero escrever, sento-me e apenas sai "tenho medo disto e daquilo e daquilo,,,". Pelo menos sai-me do sistema, acalma-me e alguns dias de reflexão depois consigo então "sangrar" algo de jeito da minha alma, depois desse desabafo inicial por entre angústias e frustrações. - A
ResponderEliminarEntão tenta ir mais além. Diz o que tens a dizer, mas tenta circundar à volta desse ''tenho medo disto e daquilo''. Arranja novas palavas para dizeres o que pensas.
ResponderEliminarO desabafo inicial é tão ou mais importante que as ''réplicas''... Se conseguirmos lidar com ele