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10 de outubro de 2013

Uma Confissão Tardia

A corda bamba é a nossa morada
Nunca ganhámos jogos de estabilidade
E as probabilidades reduzem-se quando não jogamos em equipa.
Onde é que estás? Onde é que estamos?
Não vês que estes danos, se prolongam pelos meus anos
1, 2, 3, já conto 16, e mais virão
Sempre agarrada à ilusão de que é a última discussão.
Chegar a adultos sabendo o sinónimo de desconhecidos
A casa está velha, já cheira a sorrisos
A nossa proximidade sabe-me a engano
Não seria a primeira vez este ano
Que sonhava que te lutava, que te feria
No fundo tem todo o nexo, se pusermos em contexto:
Sou a que luta por esta causa perdida:
Procuro pelo teu eco
Nos escombros da nossa vida familiar
E sinceramente não sei por onde começar
As portas não estão fechadas, as frestas não estão trancadas
Mas não encontro a porta de entrada
Que nos vai levar à tão procurada
Saída.

Ele responde-me:
Estás errada, esta relação está extraviada
Perdi o mapa e não sei do telefone
Não é a primeira vez que ele não toca.
Vais sabendo que habito este mundo
Por formas pouco convencionais, quase medievais
Podia apostar que o teu universo é diferente do meu
Pois eu acho que um telefonema semanal
É mais que suficiente para me fazer ganhar o mês
Tu nunca vês.

Não te dou a culpa toda
De qualquer maneira, não a aceitavas.
Podias fazer a diferença e dar a volta à sentença
De que estamos condenados.
Talvez um dia saias da prisão da ilusão em que te trancaste.
Espreito pelo buraco da fechadura:
Nesse mundo que te rodeias o juízo é final:
O estigma é uma coisa lixada
Quem se deita com remorsos acorda com destroços.

A mágoa enche-nos a guilhotina
O tempo passa - tic tac - é o som da rotina
É que sabes, não te ver já se tornou habitual
e temo que nunca nada volte ao normal.

Podia fazer diferença, se procurasse o desenlace
E visse que este interesse não é unilateral
Ele é bidimensional e as desculpas vêm das duas alas.

Se procuro um ombro onde repousar
O teu é o último no panorama e isso dói.

Toda esta discussão para te mostrar que tenho saudades de te ouvir
o meu método não é o melhor, mas só digo o que estou a sentir.

Não passamos de duas doses de drama
Conservadas em gramas de felicidade instantânea
Vendida avulso.
Vê-me o p-u-l-s-o:
Tomei uma dose letal desta treta sentimental
Veja senhor, hoje está tudo bem
Varremos os problemas para debaixo do tapete
A tua sorte é ser perita em limpezas
E não deixar que as tristezas
levem a melhor entre nós.

A solução é fazer as malas, esperar pelas melhoras, recolher as sobras
E nos restos só me sobra uma questão:
Se já foste embora há tanto tempo
Como é que as tuas memórias continuam nos meus armários?

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