Chegada a casa, cheia de vontade de abraçar este projecto
(ou de ser abraçada por ele). Estou tão cansada que nem descansar consigo, tudo
me passa pela cabeça; não consigo dormir, só desassossegar. Parece estranho,
talvez irreal que tanta coisa tenha acontecido em apenas dois dias. Mas não é. É
real, só que não explicável.
Foi um entrar num mundo à parte. Um mundo que me fascina, um
mundo cheio de portas semiabertas pelas quais eu quero passar, um mundo que eu
quero descobrir e onde quero viver.
É estranho. Não vos consigo explicar de uma maneira que
consigam perceber. E sei que não iria poder falar sobre este sentimento a que não
consigo atribuir um nome, com mais ninguém, porque eles não iam saber do que
estou a falar. Eles estão no seu mundinho, e eu tive um vislumbre de outro bem
mais universal.
Há tanta coisa a dizer, que a melhor opção parece-me talvez ser
não dizer nada. Deixar sentir-me as coisas que estou a sentir, porque só
poderia partilhá-las de novo com o grupo de pessoas que as experimentou comigo.
Não houve um choque de ‘nacionalidades’ mas sim de
novidades. Quem é esta pessoa? Em que é que ela é diferente de mim? O que é que
ela pode trazer de novo à minha vida? Depressa descobrimos.
Foi o tirar-me do meu meio pequenino, da minha caixinha, e
colocar-me no meio dos Grandes, e dizerem-me ‘’vai, sê tu ’’.
Foi o espirito de equipa, numa equipa que se desconhecia. O perceber
que há tanto para aprender com pessoas como eu - como somos tão distintos e
temos tanto a mostrar uns aos outros, mas como somos tão iguais em questões tão,
tão simples. O medo do desconhecido, que depressa se apagou com humor. A felicidade
de me poder conhecer mais enquanto pessoa, e acerca de quem eu sou num grupo. A
união com os desconhecidos que me rodeavam. E o saber que estava em casa,
estando tão longe dela.
Continuo a achar que amanhã acordo e tudo vai estar mais
ameno, nada me vai parecer tão intenso como realmente foi. Por isso escrevo
agora – para preservar este sentimento, de já saudade que tenho.
É a única vez que irei escrever sobre isto – talvez porque
tudo o que viesse de alturas mais afastadas me parecesse menos sincero, menos
puro (e tornar-se-ia foleiro).
Adormeço com a certeza de que mudei um bocadinho, que vai
ser uma fronteira que irei recordar, e onde irei buscar empenho para fazer
mais, nos dias futuros em que sentir que sou menos.
Tenho um aperto muito bom no coração. Por isto tudo,
obrigada, e boa sorte. *Fingers cross*
Chama-lhe o "MUNDO NAS MINHAS MÃOS"
ResponderEliminarSó uma coisas, não deixes de escrever sobre "isto". Nós queremos ler-te, queremos que partilhes essa tua alegria, esse teu sentimento de querer crescer, de querer partilhar, de querer ver o mundo...
Só não concordo com " Foi o tira-te do meu meio pequenino, da minha caixinha, e colocar-me no meio dos Grandes, e dizerem-me "vai, sê tu.". Porque tu não és de um meio pequenino, nem és apenas de uma caixinha, e porque tu já és GRANDE...
Tenho a certeza que tudo vai correr como tu desejas, como todos desejam...
Ficou muito contente com essa tua alegria:)
Aprende com o mundo, mas não deixes que o mundo aprenda contigo.
Toma um beijinho muito grande
Tó-Zé