Talvez agora já consigas entender porque tem sido tão
difícil para mim esquecer. Não é mais uma paixão tola, um amor de oh-meu-deus-eu-estou-tão-apaixonada.
Eu gostei mesmo dele. Ainda gosto. Sabes que nunca fui grande sonhadora, sempre
mantive os pés bem assentes na terra, por isso acredita em mim. Quando os
nossos corpos se juntam… é tão difícil fazer com que cresçam separados.
Uma sensação
de repleção enche o teu corpo, como se não houvesse mais nada no mundo do que
aquele segundo, aquele momento em que os nossos corpos se unem… as nossas almas
misturam-se.
É maior que qualquer outra coisa. Não há um ‘’eu’’, não há um ‘’tu’’.
Só o ‘’nós’’ tem lugar no pouco espaço que nos separa.
A partir daquele
momento, fiquei ligada a ele com uma ligação invisível. Ninguém vê. Nem eu via. Só
a reconheci quando o tentei deixar. E então apercebi-me do nó enorme que nos
unia, que até agora não fui capaz de desatar.
Se calhar é isto. Se calhar descobri a definição de amor: um
nó. Alguns mais fortes, alguns mais fracos. Algos rompem-se facilmente com um puxão.
Outros, cedem com o toque de uma tesoura. E depois, há aqueles juntos para
sempre, até quando cada extremidade puxa para seu lado.
E há ainda as linhas que nunca se chegam a aliar, perdidas
no meio de baralhadas erradas…